domingo, 30 de agosto de 2009

Lateral


Entardeço, sem poder compartilhar as coisas boas do meu dia com você. Vivo apenas por querer viver, sem qualquer brilho no olhar. Sem saber onde vou chegar, ou se vamos encontrar, o tão esperado momento em que os corpos também se encontrem. Entardeço sem querer entardecer, com medo de o dia morrer, e só me restar de você, o silencio da noite, a solidão das estrelas.

Por isso caminho, sozinho, nas ruas desertas. Calado feito o mundo que me veste, feito o asfalto que me calça. Caminho com os olhos vazios na escuridão que me consome, no seu nome que me vem a boca, sem saber como vai você... e tão pouco sem compreender o por que de tudo isso... desse nosso compromisso escondido, desse amor destituído de nós dois.

Dessa forma entardeço, e permaneço entardecendo, morrendo a cada por do sol.


texto e foto: Luian Damasceno

6 comentários:

  1. creio que estás mesmo é nascendo. quem morre para algo sempre renasce para outro.
    lindo-lindo.

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  2. Atravesso o meu reflexo e meio sem nexo me pergunto: por quê?
    Por que a cada entardecer tenho a sensação de estar me esquecendo de você?
    A vida passa e as escolhas são estas que deixei aqui.
    Embora esqueça teu semblante, guardo para sempre gravada sua alma
    e reservo com anseio um tempo para que tudo volte e va adiante. (Espelho da Alma)

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  3. Cada entardecer nos revela a nostalgia, essa desaparece logo com a noite, bela noite, resplandece o melhor de nós. Viva noite e deixe no entardecer apenas lembranças.

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  4. Dá mais é vontade de despir-se de tudo mesmo, do mundo, e do asfalto que teima em nos calçar... pisar na terra... na grama
    cada vez melhor velho

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  5. A nostalgia do arrebol!
    É muita angustia que cabe na vermelhidão do céu.
    ;]

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