segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sina de Quem Ama


A morte,
arronbou a porta do meu coração
trouxe pra minha vida
quem eu mais temia chegar
O medo.

(...)

No velorio preto e branco
só o vermelho das rosas se notava
na tristeza do seu pranto
a saudade infinita que ficava

E eu me estacionava nos seus olhos
que de tristeza se encharcavam
e pela perda, me alertavam

Que um dia, sem mais nem menos
as pessoas vão embora (sina de quem ama)
e aprender abrir a porta é fundamental...


texto e foto: Luian Damasceno

domingo, 19 de julho de 2009

Silencioso Desejo...




Hoje eu quero o silêncio. A preguiça, a despreocupação para com o dever. Quero poder crer que tudo esta bem. Que o mundo não esta acabando, que o meu dinheiro não esta acabando, que a vida não esta só começando. Quero poder crer que amar é fácil, que morrer é difícil. Crer que a solidão me faz bem.

Por isso quero o silêncio; tenho que silenciar tudo o que me impeça de crer. Por isso quero a preguiça; para que eu consiga me manter em silêncio sem preocupar-me com a vida. Quero gozar deitado, olhando pro teto. Quer deitar-me no teto, olhando pro chão.

Então nunca mais ouviria canções de domingo, nem abriria a geladeira a fim de pensar. Me entregaria ao tédio todas as noites, não escreveria aquela estória, nem desejaria ter o que eu não posso.


texto e foto: Luian Damasceno


domingo, 12 de julho de 2009

Rumo ao Nada


Espremido entre os prédios
na multidão dos remédios
o pranto sofrido
o doente
o asfalto curtido
e o descrente
que caminha sozinho
à meia luz
de bermuda xadrez e capus
se conduz ao abismo
do buteco
pelo eco perdido
da cidade.

texto e foto: Luian Damasceno